As lâmpadas de LED têm se popularizado e estão presentes nas revitalizações das metrópoles ao redor do mundo, em projetos que custam bilhões, como o de São Paulo. O valor pode parecer assustador (São Paulo aplicará inicialmente R$ 2 bilhões), mas esse investimento pode reduzir a conta do consumo de energia pela metade, além de economizar em gastos com manutenção.
Ainda assim, o mais importante de lembrar é o impacto que isso tem no nosso dia a dia, quando voltamos para casa no escuro. Veja abaixo alguns fatores que reforçam as vantagens do LED na iluminação pública – e porque isso pode melhorar nosso cotidiano:
Segurança
Quando se fala em iluminação pública, a primeira palavra que vem à cabeça de muita gente é a segurança, que está sempre nas pautas das cidades e nas reivindicações populares.
Além de a iluminação coibir a criminalidade, a cor da luz do LED (branco-azulada) é melhor percebida pelos nossos olhos à noite. Percebemos a luz de uma forma diferente após o pôr do sol, enxergando melhor os espectros azuis e verdes e eliminando praticamente todo o espectro emitido pela lâmpada de sódio, aquela amarela que está na maioria nas ruas. Isso significa que a sensação de claridade que temos quando andamos em vias iluminadas com luz branca é realmente verdade e pode ser decisiva na prevenção da criminalidade e de acidentes noturnos.
A lâmpada de vapor de sódio, a amarela, tem outra coisa prejudicial para nós à noite: reproduz muito mal as cores. Fica difícil distinguir um carro azul marinho de um preto ou uma blusa branca de uma bege. Luminárias de LED melhoram essa fidelidade de cores também.
Telegestão: economia e serviço
Quando acontece a reestruturação luminotécnica de grandes centros urbanos para uma tecnologia como o LED, é preciso gerenciar bem esse investimento, mesmo porque é muita luminária para controlar. Um sistema de telegestão controla e monitora os pontos de toda a cidade. Se um circuito queima, a gestora da iluminação é notificada imediatamente, ou seja, o consumidor não precisa fazer isso pelos telefones do serviço.
Este sistema inteligente permite o monitoramento em tempo real, inclusive com registro do consumo energético da cidade e do desgaste da luz, fazendo com que a gestão dos pontos seja mais eficaz. Com a telegestão também é possível controlar a intensidade luminosa, para que alguns pontos não iluminem em excesso ou outros tenham menos luz do que de fato necessitam.
Como já mencionado no começo desse texto, a troca de vapor de sódio ou mercúrio para o LED também reflete na economia com uma menor frequência de manutenção na troca de lâmpadas esgotadas e com uma grande diminuição do consumo de energia.
Meio Ambiente
Lâmpadas de vapor de sódio, de mercúrio ou de vapor metálico devem ser descartadas de forma especial por conta de seus metais pesados. O LED não possui esses metais em sua composição e 98% dos seus componentes são recicláveis.
A alta durabilidade da tecnologia também diminui a quantidade de lixo e, por consumir menos energia, diminui drasticamente a quantidade de CO2 emitida na atmosfera, o que pode combater o aquecimento global.
Feixe de luz das luminárias na iluminação pública: quanto mais focado nas vias, melhor para os pedestres e motoristas, o ecossistema e as estrelas. | Imagem adaptada de CSA 2007
Além de ser um item de segurança, a iluminação artificial nas vias interfere nas nossas vidas mais do que a gente pensa. É a poluição luminosa, que está no brilho alaranjado sobre as cidades, nas poucas estrelas vistas no céu e naquela dificuldade para dormir por causa da luz que entra pela janela. A poluição luminosa ocorre quando a iluminação artificial é usada de forma excessiva e incorreta, dividida em três tipos: ofuscamento, luz intrusa e o brilho do céu.
O ofuscamento em vias urbanas geralmente acontece pelo excesso de luz, gerando cegueira momentânea. Isso é importante para a segurança também, já que você não consegue ver nada se não colocar a mão na frente da fonte de luz.
Os outros dois tipos acontecem quando o direcionamento das lâmpadas de sódio deixa escapar a luz para onde não devia. A luz intrusa é quando a iluminação vai para um ambiente interno ou para as copas de árvore. Já o brilho do céu é quando as luzes sobre as cidades podem ser vistas até do espaço e você só consegue enxergar menos de 1% das estrelas que são visíveis a olho humano: um sinal de que a energia elétrica está sendo desperdiçada para iluminar inutilmente o céu.
A poluição luminosa também pode desorientar diversas espécies, atrapalhando no ciclo natural desses seres, além de alterar o ritmo circadiano humano. Além disso, a visualização do espaço e as pesquisas que acontecem nos observatórios são comprometidas pelas luzes das cidades e é por isso que esses espaços geralmente ficam em locais remotos, distantes da vida urbana.
As luminárias LED são direcionais para melhorar esse cenário, com um posicionamento correto para iluminar o que realmente importa: as vias.
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