Para que uma cidade seja sustentável, vários fatores devem ser levados em consideração como vimos no texto anterior sobre cidades sustentáveis . Um desses fatores diz respeito à construção civil.
Durante muito tempo a ignorância a respeito das práticas de economia dos recursos ambientais e econômicos transformou esse setor no grande vilão da sustentabilidade. Dados publicados pela ANAB (associação nacional de arquitetura sustentável) dão conta de que especificamente no Brasil, o setor é responsável pelo consumo de cerca de 40% dos recursos naturais e da energia produzida, 34% da água, 55% de madeira não certificada, além de responder pela produção de 67% da massa total de resíduos sólidos urbanos. Ou seja, dentro do conceito de práticas sustentáveis, esses números são alarmantes.
Assim como a humanidade, as construções vêm sofrendo evoluções e alterações que as distanciam do meio ambiente e do ser humano, dessa forma nasceu a expressão “edifícios doentes”. Os espaços cada vez mais reduzidos dentro das cidades e a busca incansável por lucro, fizeram com que as edificações se tornassem cada vez mais nocivos para as cidades.
Para diminuir esse impacto visando melhorias no setor, algumas empresas já adotam o conceito de construção sustentável, que são utilizadas como ferramenta para a melhoria da consciência ambiental da população e, consequentemente, contribui para a sua reaproximação da natureza.
As construções sustentáveis empregam as técnicas da bioarquitetura, conceito que surgiu em 1960 e visa a construção de imóveis que estejam em harmonia com a natureza, com baixo impacto ambiental e economia nos custos operacionais. Ou seja, são intervenções conscientes e planejadas. Essas construções visam satisfazer as necessidades humanas, porém ajustando-se as condições naturais (vegetação, relevo, condições climáticas), com menor consumo energético e hidráulico e considerável diminuição do impacto ambiental e econômico.
Dessa forma, as construções deixam de ser assunto específico somente de arquitetos e engenheiros civis e envolvem uma equipe multidisciplinar, pois abrangem conceitos mais amplos como, meio ambiente, sociologia e economia.
Porém, para algumas pessoas a construção sustentável tem um lado ruim: o custo. Quando estudado o projeto o primeiro impacto é de que a obra custará muito cara, mas se analisarmos os benefícios que virão depois, como por exemplo, a redução na conta de luz ou talvez não ter nunca mais que paga-la, essa preocupação vai embora.
Há cerca de uma década, o Green Building Council, com sede nos Estados Unidos, lançou o selo LEED, um sistema internacional de certificação e orientação ambiental para edificações. Esse selo é utilizado em 143 países e tem intuito de incentivar a transformação dos projetos, obra e operação das edificações, sempre com foco na sustentabilidade de suas atuações.
O Brasil é hoje o quarto país no ranking mundial de registros, uma ótima notícia para nós brasileiros. Para garantir o selo, algumas práticas devem ser observadas:
Espaço Sustentável
Eficiência do uso da água
Energia e Atmosfera
Qualidade ambiental interna
Inovação e Processos
Créditos de Prioridade Regional
Adotando essas práticas, mesmo que a sua ambição não seja conquistar o selo LEED, você pode ter vários benefícios tais como: diminuição dos custos operacionais, valorização do imóvel para revenda ou arrendamento, modernização e menor obsolescência da edificação, melhora na segurança e priorização da saúde dos trabalhadores e ocupantes, redução do consumo de água e energia, mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, entre outros.
Exemplo prático
Complexo Comercial Rochaverá – São Paulo
O Rochaverá foi um dos primeiros empreendimentos do Brasil a reunir vários dos conceitos de Green Building e a conquistar a certificação LEED, categoria Gold. Isso foi possível porque todo o projeto foi elaborado dentro de quatro proposições: redução no consumo de energia e dos custos operacionais e de manutenção; diminuição do uso de recursos ambientais não renováveis; melhoria da qualidade interna do ar; e ganhos de qualidade de vida e da saúde dos usuários.
Um dos destaques da construção está no sistema próprio de co-geração de energia elétrica, capaz de atender a 100% da carga de todo o complexo, de forma ininterrupta.
Para que uma cidade seja sustentável
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